terça-feira, 17 de março de 2009

Anotações III

I.
CORRAM QUE ESSES OVÁRIOS TÃO PRODUZINDO MUITO ESTROGÊNIO ESTRAGADO POR AÍ!


II.
Sonnet CXV

Those lines that I before have writ do lie,
Even those that said I could not love you dearer:
Yet then my judgment knew no reason why
My most full flame should afterwards burn clearer.
But reckoning time, whose million'd accidents
Creep in 'twixt vows and change decrees of kings,
Tan sacred beauty, blunt the sharp'st intents,
Divert strong minds to the course of altering things;
Alas, why, fearing of time's tyranny,
Might I not then say 'Now I love you best,'
When I was certain o'er incertainty,
Crowning the present, doubting of the rest?
Love is a babe; then might I not say so,
To give full growth to that which still doth grow?
William Shakespeare

III.
calor no sofá da sala
focinho-de-madeira
casa vazia e o diabo
nada sabe
sobre os meus cansaços

rizíveis como pássaros
meus cigarros
estão sempre acesos
e em cada trago inalo rostos
que queimam sem me pertencerem
em signos de fragilidade e confusão

caberia ainda
nesse corredor que não sabe aurora
um quadro de vidas futuras
um esboço de doença
uma patética infância
ou a esquina que vislumbro basta
para que meu voô taciturno permaneça
aéreo sem ser vazio
sem se nutrir do frio
de tantas outras solidões?

máquina suave
quem não te conhece perde por não saber
a beleza travada, precisa
a única partícula inteira de vida
que conheceremos antes
de deitarmos e não sermos sem exceção.


IV.












V.
Haikai etilista

Se a gente acha ruim
(às vezes) estar sozinho
pior é sem vinho!


VI.
Se nada houvesse ademais o que sabemos através daquilo que experimentamos sensorialmente, então por qual razão haveria sentimentos? Por qual necessidade desenvolveríamos esses turbilhões profundos que nos assolam sem controle, mas que nada passam de capa e contracapa do mesmo desentendimento? Infelizmente, a verdade é que nós podemos experimentar muito mais do que gostaríamos...


VII.

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